30 abril, 2018




Eu pensei que seria mais fácil vir aqui me pôr em palavras e te escrever. Passei uns três dias seguidos tentando colocar minha mente em ordem porque eu queria muito fazer isso, escrever uma carta para você que sou eu daqui há seis anos, com seus 30, quase 31 anos. Não é fácil porque eu não sei nada sobre você. Seis anos podem parecer pouco, mas quando eu tinha 21 e fiz uma carta para e eu de 15 anos percebi que várias coisas haviam mudado e espero que com a gente aconteça várias mudanças também e que a maioria sejam para melhor.
Queria muito que nossa conversa fosse um bate papo e que pudesse me responder instantaneamente, mas por favor, ao menos me responda quando eu for você.
Eu queria poder te falar sobre as coisas que ando fazendo agora e sobre meus planos para você para que depois nós pudéssemos ver se tudo encaminhou conforme o planejado ou se mudamos as rotas novamente, mas eu não tenho muita projeção sobre você, eu sinto muito por isso, de verdade.
Estaremos bem, não estaremos? Eu espero que sim. Espero que aí no futuro as coisas estejam mais tranquilas e mais brandas e que você esteja feliz, espero que esteja vivendo. Espero que esteja aproveitando a vida de uma forma que eu no momento não consigo me dispor a aproveitar.
Não quero te pressionar a nada. Não estou aqui para saber se você já viajou horrores ou se está em um emprego ganhando rios de dinheiro, não mesmo. Só não quero que esteja se anulando ou fazendo algo que não seja da sua vontade. Eu só espero que tenha conseguido se encontrar, que esteja mais segura sobre seus sonhos e planos. Que tenha aprendido a parar de deixar as coisas pela metade, que seja diferente de mim em vários âmbitos mas que ainda seja eu em muitas outras, incluindo a vontade de escrever, mesmo que seja de vez em quando.
Espero que você esteja se sentindo bem consigo mesma e que se sinta importante na vida daqueles te cercam, que tenha parado de se isolar e que se ame tanto que não se sinta mais inferior a ninguém (mas também que não se sinta superior) e nem ache que é um incômodo para as pessoas. Espero que tenhamos passado por tudo isso e que eu seja só uma lembrança de uma fase turva que você conseguiu superar, que seja mais forte do que eu sou. Espero que você lembre de mim sem nenhuma mágoa ou arrependimento e que consiga me perdoar por tudo que eu ando fazendo com a nossa vida agora.
Tudo bem, não vou mais te dizer que espero tantas coisas de você, como eu disse não quero te pressionar a nada e estará tudo bem para mim mesmo que não tenha conseguido cumprir algumas de minhas ‘esperas’.. Se você for pelo menos um pouquinho menos desmotivada com a vida do que eu sou agora, já ficarei bastante feliz porque isso significa que uma parte de mim, em algum momento durante esses seis anos que me separam de você, conseguiu enxergar as coisas de um ângulo menos pessimista, conseguiu sair ou diminuir essas crises, conseguiu acreditar um pouco mais em si mesma e tentar um pouco mais, mesmo cometendo erros e vacilando pelo caminho.
Pensando bem agora, escrever para você foi uma forma de alinhar um pouco meus pensamentos e só de ter feito isso nesse exato momento da minha vida em que todos os dias a minha mente parece um turbilhão de incertezas e desespero banhado a lágrimas já me fez sentir um pouco melhor, então, eu sou grata a você. Obrigada por me ler e por me compreender tão bem (eu acho)
Acho que já vou indo mas antes de me despedir posso fazer só mais um desejo? Desejo que você seja uma versão bem aprimorada de mim em todos os aspectos positivos dessa nossa existência e que não tenha medo de de estar prestes a fazer 31 anos como eu estou agora de fazer 25. Falando nisso, feliz 31º aniversário adiantado!
Viva bem aí no futuro e até breve!
De sua querida eu do passado! XOXO!

12 fevereiro, 2018


Oi, tudo bem com vocês?! (Se é que existe ainda um vocês me lendo) 
Mas eu espero que estejam bem! Queria poder dizer que estou bem também mas não sei se bem seria a palavra certa para definir meu estado no momento. Eu estou "indo". E por "indo" entende-se que estou sendo levada a um caminho o qual eu nem sei. Há alguns dias atrás quando comecei a escrever esse texto eu estava com medo desse percurso, mas agora meu coração está tranquilo. Pelo menos agora, nesse exato momento, pelo menos hoje. E espero que ele continue assim. Eu sei que ele vai vacilar em alguns momentos. Mas tudo bem também, porque não existe ninguém invulnerável. Porque é normal ter dias que a gente não sente os pés firmes no chão, é normal sentir-se insegura diante de coisas futuras, diante de medos ou de coisas que não estamos prontos para encarar. É normal precisar de um tempo para amadurecer ou preparar sua munição para bater de frente aos seus medos. 
Esses dias eu meio que passei por um super momento de introspecção, me afastei das redes sociais, me isolei e parei para reavaliar alguns itens da minha vida que eu estava evitando ou enfrentando de uma forma contrária ao que eu pretendia. E eu acho que foi muito útil. Me encarar. Me avaliar. Lidar comigo mesma e toda aquela bagagem que estava pesando mas que mesmo assim eu insistia em carregar porque não estava muito disposta a abrir a mala para organizar tudo. Mas eu abri. Coloquei tudo para fora. Escrevi para mim mesma sobre tudo que apertava no meu peito. Foram 17 páginas escritas a mão, de puro desabafo. E foi libertador. Liberta dor. Literalmente. Alguns itens foram difíceis de escrever, foram difíceis de explicar, difíceis de aceitar, de entender, de assimilar e sei que alguns deles, apesar de eu ter tentado deixar para trás, presos no papel, poderão voltar a fazer parte dos meus "itens de viagem" porque tem coisas que demoram mesmo para a gente conseguir se desprender por completo e entender que é necessário desapegar, mas teve outras coisas que enquanto eu escrevia, acabei vendo de outra forma e o que parecia ser grande demais no meu peito tornou-se pequeno no papel, tornou-se leve, tornou-se peso a menos na minha bagagem. E isso me fez enxergar as coisas de forma diferente, me fez perceber que nem tudo pelo qual a gente se martiriza merece de fato o nosso martírio entende?  Eu não estou dizendo que estou 100% curada de nada, ou 100% disposta a sair desbravadora do mundo e isenta de dores (soou parecido com meu texto anterior, meu deus, será que tô criando um padrão?!) só estou falando que às vezes a gente só precisa encontrar uma forma de ver as situações por outro ângulo, às vezes a gente só precisa tentar ouvir o que nosso coração fala, ou o que ele tenta expor, às vezes a gente só precisa fazer uma faxina, arrumar nossa mala e seguir o rumo na estrada. Eu arrumei minha mala escrevendo, mas cada pessoa tem um jeito de lidar e arrumar sua bagagem de forma a torná-la mais leve. Seja escrevendo, tomando um banho relaxante, meditando, desabafando com alguma amiga ou procurando ajuda de um profissional. Seja chorando, desenhando, rabiscando palavras soltas enquanto toma o seu sorvete favorito, ou jogando fora coisas que não te fazem mais bem.  
Espero que vocês consigam encontrar seus métodos e seguir o rumo mais leves e seguros de si mesmos. Espero que esse texto tenha feito sentido. E espero que eu continue andando por aqui porque estou amando o fato de ter conseguido focar para escrever isso tudo sem trocar de aba. 

Fiquem bem e até mais! 

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